Durante uma oficina do projeto Empoderart, a roda de conversa trouxe à tona uma frase simples, mas cheia de significado: “Eu não sabia que tinha força até ser escutada.”
O silêncio que veio depois foi profundo. Todas olharam para ela com carinho, como se a força que ela acabava de descobrir fosse também delas. No Instituto Raiz Social, esse tipo de momento é comum — porque aqui, escutar é também cuidar, validar e transformar.
Essa participante havia chegado calada, duvidando do próprio valor. Mas aos poucos, entre o toque do tecido, as palavras trocadas com outras mulheres e a possibilidade de se expressar sem julgamento, algo nela se abriu. As oficinas não são apenas espaços criativos: são territórios de reconstrução.
Em cada aula, os tecidos são entrelaçados com histórias. Cada ponto de costura carrega dor, esperança, memória e liberdade. E no processo coletivo, mulheres percebem que não estão sozinhas — que suas vivências, mesmo cheias de desafios, têm beleza e potência.
O Empoderart nasce justamente disso: da urgência de oferecer um lugar onde mulheres possam se ver por inteiro. Onde seus saberes, mesmo não reconhecidos formalmente, sejam valorizados. Onde suas vozes ecoem e encontrem escuta. Onde possam errar, aprender e florescer no seu tempo.
Para quem observa de fora, pode parecer uma oficina comum. Mas para quem está dentro, é um espaço de cura, de conexão com outras mulheres e de reconexão consigo mesma.